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A minha primeira meia maratona

por Melissa Lopes, em 24.03.15

Não vos posso mentir, foi horrível. Foi mesmo doloroso completar a Meia Maratona de Lisboa.

Primeiro, levei um casaco grosso à cintura (que depois de molhado ficou pesado), que me atrapalhou desde o 1º km até ao último. Burrice minha. Pensei que ia apanhar frio enquanto esperava pela hora da partida. Enganei-me redondamente. Ainda pensei em desfazer-me do casaco - como muitos atletas fizeram - mas o dito cujo não tinha sido propriamente barato, além disso, tinha-me sido oferecido pelo namorado. Resisti ao incómodo e lá fui.

Segundo, enquanto esperava pela hora da partida tropeçei num separador de cimento na ponte, vi logo que tinha magoado o pé, mas ignorei esse facto por muito tempo, voltaria a lembrar-me do pé mais adiante, lá pelo km 17. Nessa altura, verdade seja dita, o pé era o menor dos meus males, mas foi a gota de água: estava tão cansada, com tanto calor, com tanta falta de ar, que abrandei ao ponto de fazer os últimos 3 ou 4 kms a um ritmo de 6' e tal (nem eu sei correr a esse ritmo, parece que ainda foi pior). No último km andei durante um bocado, mesmo sabendo que a meta estava ali ao virar da esquina. Por muito que eu quisesse correr, não conseguia. Nem tenho memória exacta do que se passou nesse último km, mas lá terminei a correr. O calor foi mesmo o pior: não tolero o sol quando estou a correr. Por mim, esta prova podia/devia começar às 8h30, no máximo. 

Ah, o facto de ter perdido os meus amigos (a Catarina e o Carlos), no décimo km, desorientou-me por completo. Por muita gente que ali houvesse à minha volta, queria ter continuado com eles - tenho a certeza que mentalmente tinha estado muito melhor. Quando os perdi de vista, devia ter posto música, teria ajudado muito, mas não me lembrei disso. Outra burrice.

Quanto ao meu tempo, terminei em 1h57 Pode parecer-vos estúpido - e talvez seja - mas não tenho orgulho nenhum neste resultado. Não cumpri os meus objectivos, ou melhor, não fiz aquilo que eu sei que sou capaz de fazer. E isso chateia-me muito. Bem sei que foi a primeira vez e que o que importa é terminar e bla bla, mas o que eu queria mesmo era ter feito uma prova que combinasse com as minhas capacidades.Nada mais do que isso. Ou, quanto muito, "ser melhor do que eu". Nunca pior. Lembremo-nos que vamos a competir connosco apenas. De acordo com os treinos longos, era suposto ter feito 1h52, 1h53, sem grandes sobressaltos. A parte "animadora" é que fiz os meus 10km mais rápidos (51 minutos), sem ter feito por isso. 

Odiei a Meia Maratona, odeiei mesmo. Sofri e cheguei a pensar variadíssimas vezes "nunca mais me sujeito a isto". Pois bem, quando cheguei a casa já estava a pesquisar quando seria a próxima meia para me poder redimir, roubando uns minutos a este tempo ! Não será isto masoquismo? (Se algum dia começarem a desconfiar que quero fazer uma Maratona, por favor, reúnam-se todos e façam-me uma intervenção. Se não resultar e se eu continuar a dar sinais, ainda que ténues, de que quero meter-me numa dessas provas, internem-me!!)

Apesar de tudo, não me vou esquecer desta 25º edição da MM de Lisboa. Esta é uma prova que terá sempre a mesma idade que eu. 

 

P.s. Obrigada aos amiguinhos do Correr Lisboa e aos anómimos que me "levaram" até à meta.

 

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Antes da prova, com a minha partner de sempre, que fez uma prova excelente, e com a simpática Rita Rodrigues, jornalista da TVI, que registou a sua prova em vídeo para inspirar os que ainda não se meteram nestas coisas.  Realmente, isto das corridas vale também muito pelo sentimento de pertença e de união que sentimos uns pelos os outros, pelas amizades que se vão construíndo e pela partilha de experiências que vamos tendo.   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 09:15

Fevereiro, tu que já lá vais

por Melissa Lopes, em 28.02.15

Se Janeiro passou a correr, Feveiro não lhe podia ficar atrás, quanto mais não seja porque se trata de um mês "magrinho" e, portanto, veloz. Fiz 14 corridas, 113 km, a um ritmo médio de 5'28 (há aqui uma corrida/caminhada em Monsanto que me estraga a média, diga-se). Em Janeiro, os números foram praticamente iguais (sou uma pessoa muito equilibrada, sim senhora). Podia ter feito mais e melhor, mas isso deixo para Março, esse mês tão bonito, mês das flores, das borboletas, do início do calor, da mudança da hora e da chegada da Primavera.

Mês em que, indubitavelmente, TODA a gente começa a correr porque sente o Verão a chegar e há que recuperar a forma, perdendo as gorduras tão bem trabalhadas durante o Inverno (este e outros) em apenas um mês ou dois.

Isto é certinho, Março vai trazer consigo uma enxurrada de runners para a rua: os corredores ocasionais juntam-se agora aos corredores que correm o ano inteiro, na esperança de recuperar todo o tempo perdido (em Junho deixam de o fazer porque fica demasiado calor, claro, e só voltam a calçar as sapatilhas dia 1 de Janeiro de 2016, mas no ginásio, porque nessa altura faz muuuuito frio).

Março é também o mês da Meia Maratona de Lisboa, na qual estou inscrita, não para "ganhar" uma camisola, não para me ir lá arrastar até à meta, não só para dizer que fiz a prova mais emblemática de Lisboa, mas para fazer um tempo digno das minhas capacidades. Para isso, Março vai ser rico em treinos. Vai ter de ser. Sobretudo nestas duas primeiras semanas (só faltam 3 semanas para o grande dia, só agora tomei consciência disso!).

E pronto, Março tem tudo para ser um mês arrebatador. Tem sempre. Há energia e boa disposição no ar. É Março e basta!

 

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publicado às 22:58

Vamos 'meiamaratonar', vamos vamos

por Melissa Lopes, em 15.02.15

Desde que entramos em 2015 que penso num dos objectivos alistados para concretizar neste ano - a Meia Maratona de Lisboa. Ainda por cima, trata-se da 25ª edição, a mesma idade que eu, portanto. Não posso deixar escapar esta oportunidade de me estrear numa meia. É o ano ideal para isso. Contudo, já me ocorreu variadísssimas vezes que provavelmente não vou estar preparada, afinal de contas ainda só participei em três provas de 10km, e lá abandono a ideia de me inscrever (por falar em inscrição, 25 euros é caro para caraças, não acham?). 

Acontece que ontem experimentei um treino longo do Correr Lisboa (15km) e a coisa correu-me bem. Bastante bem, até. Claro que me cansei, mas estive longe de morrer. Fiz os 15km em 1h19, o que não é excelente, mas também não é nada mau. Ora, quem faz 15 km, faz 21km, fiquei eu a pensar. E agora estou com uma enorme vontade de largar 25 euros (not) para participar na meia maratona (yesss), mesmo tendo uma prova de 7km no dia anterior. Vamos meiamaratonar, pessoal?

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publicado às 12:40

Janeiro, tu que já lá vais

por Melissa Lopes, em 04.02.15

Janeiro passou literalmente a correr. Fiz 112 km (15 corridas) a uma média de 5'34 por km, o que não é nada mau, uma vez que fiz(émos) algumas corridas em Monsanto (como toda a gente sabe, ou imagina, aquilo é tudo menos plano!!). Foi ao longo do mês de Janeiro que comecei a correr em grupo, no Correr Lisboa, com a Catherine Cipriani - como lhe chamo - sempre a acompanhar-me. Janeiro serviu para estabelecer algumas rotinas de corrida, sem as quais já não passo. As terças estão reservadas ao treino na cidade universitária e os domingos já são conhecidos como o "Dia de Santo Monsanto", faça chuva, faça sol, temos treino marcado para as 10h da matina. Os restantes dias da semana são à vontade do freguês (que sou eu, portanto), porque costumo fazer treinos sozinha (5km ou 10km, tentando melhorar o ritmo), às horas que me apetecer e onde me apetecer. Ah, convém dizer isto, há sempre um dia ou outro que me dedico a fazer nenhum, muito agradável. Fevereiro tem tudo para ser levado do mesmo jeito - a correr. Aliás, mesmo sendo um mês pequenino, espero fazer mais kms. E perguntem-me lá agora: "Mas por que raio corres tu?; e o que é que ganhas com isso? ou, mas está tanto frio, como consegues?" 

 

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 P.s. Fevereiro deveria ser o mês em que iria cumprir o desafio de não comer pão e bolachas (era só um mês!!!), mas o desafio foi logo abortado nos primeiros dias. Mas tentarei "correr atrás do tempo perdido", nesse aspecto, só para ver no que dá. 

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publicado às 21:51

Pequenos detalhes, grandes diferenças

por Melissa Lopes, em 19.01.15

Já é sabido que gosto de correr. Não é uma coisa de hoje nem de ontem. A corrida acompanha-me, mais ou menos, desde que vim para Lisboa, há seis anos (ou mais?). No entanto, só há dois anos é que comecei a correr mais a sério - antes era só sair para correr porque sim, sem saber distâncias nem tempos, correr apenas quando me desse na cabeça, podia ser uma ou duas vezes por semana, ou nem isso sequer.

A coisa foi, naturalmente, evoluindo e, desde há um ano, corro mais regular e intensamente, sendo que fiz a minha primeira prova oficial (10km) em Outubro passado. Desde essa altura comecei a ter objectivos, metas a cumprir, tempos a melhorar e, arrastado a tudo isso, veio também a motivação e até algum fascínio pela prática da corrida. Tudo isso culmina na palavara que todos nos habituamos a ouvir - vício. É isso, a corrida torna-se num vício e, como qualquer vício, simboliza uma necessidade. 

Ultimamente tenho-me dado conta de que, afinal, há meio mundo a fazer o mesmo que eu, a correr por prazer, a correr por objectivos, a correr para organizar a cabeça, a correr para libertar stress, a correr porque sim, a correr aqui e ali, mas também a correr para aliar isso tudo ao convívio. E é absolutamente delicioso e compensador reparar que existe uma sensação de "comunidade" entre os corredores (não interessa se uns são mais atletas que outros) e como isso se reflecte quando nos cruzamos e nos dizem de sorriso estampado "Bom dia!!!", sem nos conhecermos de parte alguma. Ou quando nos cruzamos com alguém com uma t-shirt igual à nossa de uma corrida qualquer. Pequenos detalhes que fazem toda a diferença. 

O sentimento de "comunidade" e de "pertença" é algo que tenho vindo a apreciar neste mundo dos runners. Para intensificar esses bons feelings, resolvi (juntamente com duas amigas), pela primeira vez, integrar os treinos de um grupo de corrida (Correr Lisboa), logo eu que era totalmente "anti-grupos" nesta coisa das corridas, gostava era de correr sozinha. E continuo a gostar de ir sozinha, mas correr com alguém ou em grupo dá-nos uma motivação adicional, ao fim ao cabo e independentemente de ter companhia ou não, durante o treino competes essencialmente contra ti mesmo. Ter alguém com quem falar antes e depois do treino, parecendo que não, é outra categoria. Faz toda a diferença. 

 

 

Aqui, o nosso primeiro treino no Correr Lisboa:

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E aqui, o símbolo do grupo, inspirado num santo padroeiro de Lisboa, São Vicente (é por isso que os atletas do Correr Lisboa são conhecidos como "vicentes"). O pássaro negro (corvo) aparece associado ao Santo porque, segundo reza a lenda, depois de ter sido lançado ao mar, o seu cadáver foi protegido dos abutres por um corvo, até que as marés devolvessem o corpo à viúva. 

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publicado às 14:59


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