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Sobreaquecimento do motor - foi isso que se passou comigo no domingo. Tal e qual a uma viatura mal arranjada e com muita falta de ir à revisão. Depois, logo nos dias seguintes, o mesmo motor arrefeceu ao ponto de não querer pegar. O vento gélido que se tem feito sentir provocou mossa, sobretudo tendo em conta os antecendentes de domingo. Isto tudo para dizer que estou doente. Dor de garganta, dor de cabeça, olhos muito pesados,etc. As consequências da Meia Maratona, no meu caso, não se prendem com o facto de ter corrido 21km (como se isso fosse coisa pouca), mas sim por me ter sujeitado a tanto calor e, agora, a tanto frio. E para a semana, dizem os especialistas na matéria, as temperaturas vão chegar aos 30ºC. Que falta de coerência, oh São Pedro!
Não vos posso mentir, foi horrível. Foi mesmo doloroso completar a Meia Maratona de Lisboa.
Primeiro, levei um casaco grosso à cintura (que depois de molhado ficou pesado), que me atrapalhou desde o 1º km até ao último. Burrice minha. Pensei que ia apanhar frio enquanto esperava pela hora da partida. Enganei-me redondamente. Ainda pensei em desfazer-me do casaco - como muitos atletas fizeram - mas o dito cujo não tinha sido propriamente barato, além disso, tinha-me sido oferecido pelo namorado. Resisti ao incómodo e lá fui.
Segundo, enquanto esperava pela hora da partida tropeçei num separador de cimento na ponte, vi logo que tinha magoado o pé, mas ignorei esse facto por muito tempo, voltaria a lembrar-me do pé mais adiante, lá pelo km 17. Nessa altura, verdade seja dita, o pé era o menor dos meus males, mas foi a gota de água: estava tão cansada, com tanto calor, com tanta falta de ar, que abrandei ao ponto de fazer os últimos 3 ou 4 kms a um ritmo de 6' e tal (nem eu sei correr a esse ritmo, parece que ainda foi pior). No último km andei durante um bocado, mesmo sabendo que a meta estava ali ao virar da esquina. Por muito que eu quisesse correr, não conseguia. Nem tenho memória exacta do que se passou nesse último km, mas lá terminei a correr. O calor foi mesmo o pior: não tolero o sol quando estou a correr. Por mim, esta prova podia/devia começar às 8h30, no máximo.
Ah, o facto de ter perdido os meus amigos (a Catarina e o Carlos), no décimo km, desorientou-me por completo. Por muita gente que ali houvesse à minha volta, queria ter continuado com eles - tenho a certeza que mentalmente tinha estado muito melhor. Quando os perdi de vista, devia ter posto música, teria ajudado muito, mas não me lembrei disso. Outra burrice.
Quanto ao meu tempo, terminei em 1h57 Pode parecer-vos estúpido - e talvez seja - mas não tenho orgulho nenhum neste resultado. Não cumpri os meus objectivos, ou melhor, não fiz aquilo que eu sei que sou capaz de fazer. E isso chateia-me muito. Bem sei que foi a primeira vez e que o que importa é terminar e bla bla, mas o que eu queria mesmo era ter feito uma prova que combinasse com as minhas capacidades.Nada mais do que isso. Ou, quanto muito, "ser melhor do que eu". Nunca pior. Lembremo-nos que vamos a competir connosco apenas. De acordo com os treinos longos, era suposto ter feito 1h52, 1h53, sem grandes sobressaltos. A parte "animadora" é que fiz os meus 10km mais rápidos (51 minutos), sem ter feito por isso.
Odiei a Meia Maratona, odeiei mesmo. Sofri e cheguei a pensar variadíssimas vezes "nunca mais me sujeito a isto". Pois bem, quando cheguei a casa já estava a pesquisar quando seria a próxima meia para me poder redimir, roubando uns minutos a este tempo ! Não será isto masoquismo? (Se algum dia começarem a desconfiar que quero fazer uma Maratona, por favor, reúnam-se todos e façam-me uma intervenção. Se não resultar e se eu continuar a dar sinais, ainda que ténues, de que quero meter-me numa dessas provas, internem-me!!)
Apesar de tudo, não me vou esquecer desta 25º edição da MM de Lisboa. Esta é uma prova que terá sempre a mesma idade que eu.
P.s. Obrigada aos amiguinhos do Correr Lisboa e aos anómimos que me "levaram" até à meta.
Antes da prova, com a minha partner de sempre, que fez uma prova excelente, e com a simpática Rita Rodrigues, jornalista da TVI, que registou a sua prova em vídeo para inspirar os que ainda não se meteram nestas coisas. Realmente, isto das corridas vale também muito pelo sentimento de pertença e de união que sentimos uns pelos os outros, pelas amizades que se vão construíndo e pela partilha de experiências que vamos tendo.
Já sabem que podem ganhar descontos através da prática de (qualquer) exercício? Vejam como aqui nesta pequena notícia que acabo de publicar.
O advogado do Sr. Eng. José Sócrates, uma figura curiosa de todo este caso, apareceu nos media como sendo um tipo "desconcertante", como ouvi muitas vezes os jornalistas dizerem. Um sujeito cómico, que animava os jornalistas com as suas respostas espontâneas. Mas, chamar-lhes "cãozoada" e mandar uma jornalista em concreto ir tomar banho porque esta "cheira mal", epah, passou claramente os limites do engraçado e chegou, de forma alucinante, ao terreno da estupidez. Mas teve graça (lata) a seguir ao pedir um cigarro ou lume aos próprios jornalistas.
Diz que, para quem vai fazer a Meia Maratona mas também para quem não vai, se deve beber muita água diariamente. Mas, sobretudo os runners, nesta última semana, devem investir na hidratação - não através do álcool, como devem imaginar, mas de água. Devem beber bastante água principalmente nos últimos quatro dias antes da prova. Diz que ajuda a diminuir a incidência de cãibras, favorece a circulação sanguínea (e portanto, eliminação de toxinas), ajuda a levar o glicogénio - fonte de energia armazenada nos músculos - até às células, e não tem calorias. É importante beber, mas no dia da prova não convém encher a barriga de água antes da corrida. Vão sentir-se pesados e vão querer ir ao wc, o que para as mulheres ainda é mais desconfortável. Correr com a bexiga cheia não é uma coisa que queiram experimentar.
Além da hidratação, pede-se uma semana de refeições equilibradas, sem cometer grandes desastres alimentares. E meninas, esta não é uma semana para dietas, não queiram desfalecer logo na Ponte 25 de Abril. E também não comecem a fazer treinos intensivos agora, não é nestes últimos dias que se vão tornar melhores atletas. Se se matarem a treinar esta semana, chega domingo e o vosso corpo quer é ficar na caminha, ou então chegam lá, correm 5km e fazem os restantes kms a caminhar. Não se metam nisso. Conselhos de amiga (baseados nas dicas dos especialistas, porque eu, vocês já sabem, vou estrear-me agora nestas andanças mais longas)
Deixo dois sites que podem consultar, caso não acreditem em mim, ou caso queiram mais detalhes sobre o que comer: 1- antes e depois de uma Meia Maratona; e sobre: 2- alimentação dias antes da prova
Quando comecei a dar as minhas corridinhas, a música era imprescindível. Sem ela, nada feito. A música servia para me abstrair do que estava a fazer, ajudando-me a evitar pensamentos negativos logo a partir dos primeiros quilómetros, do tipo "ai não aguento mais" ou "quando é que isto acaba?! Ficava mesmo chateada quando me esquecia dos fones em casa. A corrida já não me corria bem. Claro que isto é tudo psicológico, mas enfrentar uma corrida, mais ou menos longa, envolve muitos aspectos psicológicos, truques e manhas para nos distrairmos do esforço físico.
Acontece que, progressivamente, tenho feito o desmame da música - sim, porque pelo que tenho observado só os menos experientes na corrida é que ouvem música. Comecei por, sem querer, esquecer-me dos fones, agora levo-os mas opto por não usar. E, a verdade é que tem corrido bem. Existem vantagens claras em não ouvir música - uma delas, a mais significativa, é o facto de conseguirmos ouvir a nossa respiração e controlá-la com mais eficácia. Outra vantagem é não ter que andar a repor os fones a cada 500 metros, empurrando-os para dentro do ouvido porque vamos ficando com a sensação de que vão cair a qualquer momento. Pode tornar-se uma atrapalhação total. Pelo menos comigo é assim. No entanto, também há vantagens em ouvir música. Quando a coisa não nos está a correr muito bem (há dias e dias, não é verdade?), a música ajuda-nos a ultrapassar algum tédio/aborrecimento/desgaste que se vá tendo durante o percurso e há certas e determinadas batidas que nos dão power que julgávamos já não ter!!
Perante isto, agora estou indecisa - levo ou não música para a Meia Maratona?
Esta não sou eu. Mas podia ser.
Se o pão engordasse, eu estaria do tamanho de um elefante, de certeza. Acreditem, o pão não engorda e eu sou a prova viva disso. Sendo eu filha de padeiro, vivi toda uma infância a comer pão diariamente. Eu e os meus quatro irmãos adorávamos esperar, de madrugada, pela chegada do Sr. António, que trazia para casa um saco de papossecos e pão ainda fomegar. Trazia-nos sempre pão da última fornada, claro. E nós, às 3h/ 4h da manhã comíamos o belo do pão com manteiga/margarina (isto nas férias do verão, atenção!). Nessa altura, a palavra calorias ainda não integrava o meu dicionário. E sim, de facto, era uma bola. Depois cresci, ganhei forma de mulher e aí comecei a ter cuidado com a quantidade de pão (e outras coisas) que ingeria, durante algum tempo. Ouvia por todo o lado a velha máxima "o pão engorda". Apostei nisso mas sobretudo nas caminhadas longas. Emagreci gradualmente. E assim fiquei, mais quilo menos quilo, até agora.
Mais recentemente intensifiquei a prática de exercício físico e recuperei o hábito de comer pão como dantes. Se vos disser que não há um dia em que não coma pão? Mais, se vos disser que nunca menos de 200 gr? Pior, muitas vezes como 400 gr por dia. Parece um exagero. Talvez seja. Mas, a questão é que, para me alarvar no pão (algo que gosto mesmo muito), não toco em massa, batata e arroz (nem me lembro destes acompanhamentos). Outra nota, não como pão com carradas de manteiga, queijo, fiambre e chouriço, nada disso. Como-o com queijo fresco, com ovo mexido, ou até sem nada. Integro-o na refeição, faço torradas, tibornas e coisas desse género. Opto sempre pelos mais escuros - os integrais, os de sementes, ou os de centeio.
Se podia reduzir o consumo de pão e emagrecer? Podia, mas não era a mesma coisa. Estamos a falar de prazer. Como tudo na vida, há que procurar um equílibrio. Priviligiar aquilo que gostamos, deixar de parte aquilo que nos satisfaz pouco ou mais ou menos. E, claro, mexer o rabiosque tanto quanto possível, que isto não é só encher o bandulho, Só assim é que o pão não engorda.
Ontem faltavam 11 dias para o grande dia e escrevi sobre isso aqui. O que eu estava longe de imaginar é que a minha "excitação" (ou deverei dizer medo/ansiedade/nervosismo?) para a Meia Maratona de Lisboa iria estar hoje nos destaques do Sapo blogs. Sou (pouco) suspeita, mas achei uma excelente escolha.
Daqui a 11 dias, por esta hora, vou estar extremamente relaxada, de banho tomado e a começar a repor as energias gastas ao longo dos 21,5km da Meia Maratona. Vai ter que ser um almoço à grande e à francesa. Não sei se vou completar a prova com um tempo decente, não sei se vou conseguir terminar a coisa em apenas 1h50 - 1h55, como tanto quero e espero, mas vou estar, de certezinha, contente. E com bolhas nos pés, também. Ou melhor, com a pele das bolhas agarrada às meias. Os pulmões vão dar-me nas orelhas quase durante todo o percurso, como quem diz "porque é que me estás a fazer isto, sua cabra?". As pernas, essas, vão responder muito melhor do que os pulmões. Só não vão fazer um trabalho melhor, justamente por causa dos pulmões resmungões. Pode ser que no dia adiram à causa e se portem bem.
E os treinos? Vão indo bem, obrigada. Às terças-feiras tem sido corrida normal (cerca de 8km, mais coisa menos coisa). Na quarta-feira da semana passada experimentei o treino de séries do Correr Lisboa, na pista Prof. Moniz Pereira. Não gostei porque custa, mas gostei que me tivesse custado (incoerente, esta gaja, ahm?), de modo que hoje lá irei eu outra vez. Dizem que treinar séries é muito bom para melhorar o desempenho, por isso, bora lá. À imagem da semana passada, esta quinta-feira vou fazer um treino de 10km pela cidade, com alguns elementos do Correr Lisboa. É um treino mais livre e mais relaxado. Sexta-feira, logo vejo, mas qualquer coisa se há de arranjar. E finalmente sábado, dia de treino longo. Na semana passada fizémos 17 km (Belém - Praça do Comércio - Belém). Tenho que dizer que a partir do km 13/14 começa a custar por demais, com calor então... Mas como "no pain no gain", no próximo sábado vamos fazer 18km e será o último longo antes da Meia Maratona.
Na semana da prova, farei os treinos normais da terça e quarta-feira. Sábado terei a prova dos 7km Vitalis, que será uma espécie de treino. E pronto, de repente passaram-se os 11 dias que ainda faltavam, sem que ninguém se desse conta disso.
Estas fotos são do treino longo de sábado.
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