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Não vos posso mentir, foi horrível. Foi mesmo doloroso completar a Meia Maratona de Lisboa.
Primeiro, levei um casaco grosso à cintura (que depois de molhado ficou pesado), que me atrapalhou desde o 1º km até ao último. Burrice minha. Pensei que ia apanhar frio enquanto esperava pela hora da partida. Enganei-me redondamente. Ainda pensei em desfazer-me do casaco - como muitos atletas fizeram - mas o dito cujo não tinha sido propriamente barato, além disso, tinha-me sido oferecido pelo namorado. Resisti ao incómodo e lá fui.
Segundo, enquanto esperava pela hora da partida tropeçei num separador de cimento na ponte, vi logo que tinha magoado o pé, mas ignorei esse facto por muito tempo, voltaria a lembrar-me do pé mais adiante, lá pelo km 17. Nessa altura, verdade seja dita, o pé era o menor dos meus males, mas foi a gota de água: estava tão cansada, com tanto calor, com tanta falta de ar, que abrandei ao ponto de fazer os últimos 3 ou 4 kms a um ritmo de 6' e tal (nem eu sei correr a esse ritmo, parece que ainda foi pior). No último km andei durante um bocado, mesmo sabendo que a meta estava ali ao virar da esquina. Por muito que eu quisesse correr, não conseguia. Nem tenho memória exacta do que se passou nesse último km, mas lá terminei a correr. O calor foi mesmo o pior: não tolero o sol quando estou a correr. Por mim, esta prova podia/devia começar às 8h30, no máximo.
Ah, o facto de ter perdido os meus amigos (a Catarina e o Carlos), no décimo km, desorientou-me por completo. Por muita gente que ali houvesse à minha volta, queria ter continuado com eles - tenho a certeza que mentalmente tinha estado muito melhor. Quando os perdi de vista, devia ter posto música, teria ajudado muito, mas não me lembrei disso. Outra burrice.
Quanto ao meu tempo, terminei em 1h57 Pode parecer-vos estúpido - e talvez seja - mas não tenho orgulho nenhum neste resultado. Não cumpri os meus objectivos, ou melhor, não fiz aquilo que eu sei que sou capaz de fazer. E isso chateia-me muito. Bem sei que foi a primeira vez e que o que importa é terminar e bla bla, mas o que eu queria mesmo era ter feito uma prova que combinasse com as minhas capacidades.Nada mais do que isso. Ou, quanto muito, "ser melhor do que eu". Nunca pior. Lembremo-nos que vamos a competir connosco apenas. De acordo com os treinos longos, era suposto ter feito 1h52, 1h53, sem grandes sobressaltos. A parte "animadora" é que fiz os meus 10km mais rápidos (51 minutos), sem ter feito por isso.
Odiei a Meia Maratona, odeiei mesmo. Sofri e cheguei a pensar variadíssimas vezes "nunca mais me sujeito a isto". Pois bem, quando cheguei a casa já estava a pesquisar quando seria a próxima meia para me poder redimir, roubando uns minutos a este tempo ! Não será isto masoquismo? (Se algum dia começarem a desconfiar que quero fazer uma Maratona, por favor, reúnam-se todos e façam-me uma intervenção. Se não resultar e se eu continuar a dar sinais, ainda que ténues, de que quero meter-me numa dessas provas, internem-me!!)
Apesar de tudo, não me vou esquecer desta 25º edição da MM de Lisboa. Esta é uma prova que terá sempre a mesma idade que eu.
P.s. Obrigada aos amiguinhos do Correr Lisboa e aos anómimos que me "levaram" até à meta.
Antes da prova, com a minha partner de sempre, que fez uma prova excelente, e com a simpática Rita Rodrigues, jornalista da TVI, que registou a sua prova em vídeo para inspirar os que ainda não se meteram nestas coisas. Realmente, isto das corridas vale também muito pelo sentimento de pertença e de união que sentimos uns pelos os outros, pelas amizades que se vão construíndo e pela partilha de experiências que vamos tendo.
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