Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Quando o despertador tocou, por volta das 8h20, chovia TORRENCIALMENTE e o Outono, tal como é suposto ser, tinha finalmente chegado e com algum frio à mistura. O Bernardo ainda tentou ficar em casa, "Queres ficar?", perguntou-me na esperança de receber um "sim, é melhor ficar na cama". Mas não. Nem pensar. A inscrição não tinha sido gratuita e não fazia sentido algum deixar de ir só porque tínhamos dormido pouco e porque estava a chover.
Pensamento antes de correr: "Quem me dera não ter que correr!"
Pensamento ao sair de casa: "Epá, hoje acho que vou correr só 5 km, não vou conseguir mais"
Pensamento durante a corrida: "Já que aqui estou, vamos lá então correr para render"
Pensamento no final, depois de 10 km: "Maravilha. Devia fazer isto todos os dias!!"
E faria todos os dias, se no dia seguinte este ciclo não voltasse à primeira etapa.
![]() |
Podia ser eu mas não: Imagem retirada do google |
Conseguir correr 10 km em 60 minutos era o principal objectivo, o mais próximo. Já o alcancei numas corridas anteriores e continuo a conseguir manter (nem sempre, mas quase sempre) nos treinos que se seguiram. Daqui em diante, gostava de saltar para a barreira dos 55 minutos, mas... fazê-los em 60 tem-me custado a sola dos pés, literalmente. Como se costuma dizer aqui por terras lusitanas, "o que não tem remédio, remediado está" e, assim sendo, até me parece mais ajustado à minha caixa toráxica - o que no fundo é que importa para conseguir manter-me viva - começar a esticar a distância para os 15 km.
É verdade, já não corro sozinha. Ganhei a melhor companhia que podia ter. E nem foi preciso recorrer a estratégias de convencimento, o próprio decidiu que estava na altura de me acompanhar nestas lides. A desculpa era sempre que não tinha ténis específicos, todo o material desportivo que tem diz apenas respeito ao mundo do futsal. Para correr não tinha nada (se bem que para correr basta apenas correr).
Precisava então de uns ténis para o efeito (também eu preciso de uns novos), comprou-os com a convicção que era desta, que se ia tornar num runner. E assim foi. Fiquei deveras surpreendida. Ontem já corremos os dois, que é como quem diz, corremos cada um na sua, cada um com a sua música, cada um na sua passada, cada um na sua posição. Estivemos juntos na partida e só nos voltamos a ver no fim.
Ficou logo estabelecido que não íamos fazer para andar ao lado um do outro, se assim não tivesse de ser. E digo-vos: correu muito bem. Para mim esta é a situação ideal, ter companhia para ir e para voltar para casa, mas na passada não quero cá conversas.
É para repetir, sem dúvida alguma. Era o impulso que precisava neste momento.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.