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Depois de o corpo ter colapsado, esta atleta queniana, Hyvon Ngtich, cruzou a meta desta forma, de gatas, completamente debilitada, sem forças. "Quando começamos a correr temos de ir até ao fim", justificou a atleta que foi considerada, por este feito, a mais brava maratonista do mundo. E assim, heroicamente de gatas, terminou em terceiro lugar a Maratona de Austin. A atleta é tida agora como uma verdadeira inspiração, uma lutadora para quem desistir não foi (e não será) uma opção. Heroímos à parte, espero terminar a Meia Maratona e de pé , de preferência. Que medooo.
Desde que entramos em 2015 que penso num dos objectivos alistados para concretizar neste ano - a Meia Maratona de Lisboa. Ainda por cima, trata-se da 25ª edição, a mesma idade que eu, portanto. Não posso deixar escapar esta oportunidade de me estrear numa meia. É o ano ideal para isso. Contudo, já me ocorreu variadísssimas vezes que provavelmente não vou estar preparada, afinal de contas ainda só participei em três provas de 10km, e lá abandono a ideia de me inscrever (por falar em inscrição, 25 euros é caro para caraças, não acham?).
Acontece que ontem experimentei um treino longo do Correr Lisboa (15km) e a coisa correu-me bem. Bastante bem, até. Claro que me cansei, mas estive longe de morrer. Fiz os 15km em 1h19, o que não é excelente, mas também não é nada mau. Ora, quem faz 15 km, faz 21km, fiquei eu a pensar. E agora estou com uma enorme vontade de largar 25 euros (not) para participar na meia maratona (yesss), mesmo tendo uma prova de 7km no dia anterior. Vamos meiamaratonar, pessoal?
Ontem à tarde fui treinar na cidade universitária. Sejamos honestos: não me apetecia nada e nem sequer era por causa do frio. Não me apetecia, ponto final. Mas lá fui eu, como sempre a caminhar do Saldanha para a cidade universitária, para os meus 10km. Caminho sempre de casa para lá e de lá para cá, não uso transportes para ir treinar, a não ser que o treino seja no c* de Judas.
Pelo caminho já ia mais satisfeita, o tom alaranjado do céu e o ar fresco na cara animaram-me e, nessa altura, já me apetecia correr. E corri satisfeita. Não sei bem como nem porquê, mas durante a corrida não me cheguei a sentir mal, com a respiração miserável, como me acontece praticamente sempre. Pode dizer-se que desfrutei da corrida. E isso não é costume, uma vez que, habitualmente só sinto prazer quando a dita corrida termina. Mentiria se viesse para aqui dizer que me sinto nas nuvens quando estou a cavalgar por aí, a respirar como se fosse uma panela de pressão no auge da sua actividade.
Bem, dizia eu que me senti bem durante a corrida toda. Quando me faltavam apenas 500 metros para concluir os 10 km e me preparava para dar um sprint final, fui interpelada por uma senhora que estava desesperada à procura do filho de 11 anos, que se perdera dos pais e da irmã. É que entretanto ficou escuro. A irmã, essa, choramingava de preocupação. "Eu acho que ele caiu ou foi rapatado, mãe", dizia a menina que deveria ter os seus 6, 7 anos. O irmão, que andava a passear de bicicleta, já andava perdido há mais de meia hora. Interrompi a minha corrida e lá fui com a mãe e a menina falar com os seguranças para pedir ajuda, enquanto o pai da criança continuava à procura do menino. Passaram-se uns 20 minutos (de desespero daquela mãe), até que o pai da criança liga a dizer que já o tinha encontrado, finalmente. A mãe, aliviada, sorriu e apertou-me a mão com força tal foi a emoção. Não sei o que se passou com o miúdo, nem onde se perdeu, porque estava a ficar gelada (estava de manga curta) e, já que tudo estava bem, não esperei pela criança para saber os detalhes, e lá fui eu a correr para finalizar simbolicamente os 10km e para me vestir. Fiquei felicíssima por tudo ter acabo bem, para aquela família, e para mim, corri feliz, voltei para casa ainda mais feliz.
Janeiro passou literalmente a correr. Fiz 112 km (15 corridas) a uma média de 5'34 por km, o que não é nada mau, uma vez que fiz(émos) algumas corridas em Monsanto (como toda a gente sabe, ou imagina, aquilo é tudo menos plano!!). Foi ao longo do mês de Janeiro que comecei a correr em grupo, no Correr Lisboa, com a Catherine Cipriani - como lhe chamo - sempre a acompanhar-me. Janeiro serviu para estabelecer algumas rotinas de corrida, sem as quais já não passo. As terças estão reservadas ao treino na cidade universitária e os domingos já são conhecidos como o "Dia de Santo Monsanto", faça chuva, faça sol, temos treino marcado para as 10h da matina. Os restantes dias da semana são à vontade do freguês (que sou eu, portanto), porque costumo fazer treinos sozinha (5km ou 10km, tentando melhorar o ritmo), às horas que me apetecer e onde me apetecer. Ah, convém dizer isto, há sempre um dia ou outro que me dedico a fazer nenhum, muito agradável. Fevereiro tem tudo para ser levado do mesmo jeito - a correr. Aliás, mesmo sendo um mês pequenino, espero fazer mais kms. E perguntem-me lá agora: "Mas por que raio corres tu?; e o que é que ganhas com isso? ou, mas está tanto frio, como consegues?"
P.s. Fevereiro deveria ser o mês em que iria cumprir o desafio de não comer pão e bolachas (era só um mês!!!), mas o desafio foi logo abortado nos primeiros dias. Mas tentarei "correr atrás do tempo perdido", nesse aspecto, só para ver no que dá.
Aposto que não tem planos para amanhã. Até me parece que está a pensar ficar em casa à espera que o fim de semana passe mais lentamente.Ou então planeou aspirar a casa, lavar e passar roupa a ferro. Não é? Se é o seu caso, que tal aproveitar este especial 2 em 1 - um treino solidário promovido pelo Correr Lisboa? A inscrição é gratuita, mas pede-se aos "corredores" que levem produtos de bebé para doar ao Banco do Bebé. Além disso, e porque o convívio também faz bem à saúde, depois da corrida, sucede-se um "chá das 5", por isso, bolachas também são encaradas com bons olhos, sobretudo depois de tamanho esforço. As provas são de 10km, 5km ou 3km - só tem de escolher a melhor distância para si!
Em tempo de crise, estes especias dois em um são de aproveitar, não acham? Ainda por cima, os produtos de bebé têm estado constantemente em promoção nos supermercados (se se despacharem ainda apanham uns belos descontos!). Não passe o fim de semana em casa, desprenda-se do sofá. É por uma boa causa, aliás, por duas boas causas: a saúde e a solidariedade. No domingo logo trata das lides domésticas.
Relembro apenas que não é preciso ser grande atleta para participar neste treino. Se tiver de fazer as distâncias a andar, não é, garantidamente, um problema! "Juntos vamos correr para ajudar!"
Já é sabido que gosto de correr. Não é uma coisa de hoje nem de ontem. A corrida acompanha-me, mais ou menos, desde que vim para Lisboa, há seis anos (ou mais?). No entanto, só há dois anos é que comecei a correr mais a sério - antes era só sair para correr porque sim, sem saber distâncias nem tempos, correr apenas quando me desse na cabeça, podia ser uma ou duas vezes por semana, ou nem isso sequer.
A coisa foi, naturalmente, evoluindo e, desde há um ano, corro mais regular e intensamente, sendo que fiz a minha primeira prova oficial (10km) em Outubro passado. Desde essa altura comecei a ter objectivos, metas a cumprir, tempos a melhorar e, arrastado a tudo isso, veio também a motivação e até algum fascínio pela prática da corrida. Tudo isso culmina na palavara que todos nos habituamos a ouvir - vício. É isso, a corrida torna-se num vício e, como qualquer vício, simboliza uma necessidade.
Ultimamente tenho-me dado conta de que, afinal, há meio mundo a fazer o mesmo que eu, a correr por prazer, a correr por objectivos, a correr para organizar a cabeça, a correr para libertar stress, a correr porque sim, a correr aqui e ali, mas também a correr para aliar isso tudo ao convívio. E é absolutamente delicioso e compensador reparar que existe uma sensação de "comunidade" entre os corredores (não interessa se uns são mais atletas que outros) e como isso se reflecte quando nos cruzamos e nos dizem de sorriso estampado "Bom dia!!!", sem nos conhecermos de parte alguma. Ou quando nos cruzamos com alguém com uma t-shirt igual à nossa de uma corrida qualquer. Pequenos detalhes que fazem toda a diferença.
O sentimento de "comunidade" e de "pertença" é algo que tenho vindo a apreciar neste mundo dos runners. Para intensificar esses bons feelings, resolvi (juntamente com duas amigas), pela primeira vez, integrar os treinos de um grupo de corrida (Correr Lisboa), logo eu que era totalmente "anti-grupos" nesta coisa das corridas, gostava era de correr sozinha. E continuo a gostar de ir sozinha, mas correr com alguém ou em grupo dá-nos uma motivação adicional, ao fim ao cabo e independentemente de ter companhia ou não, durante o treino competes essencialmente contra ti mesmo. Ter alguém com quem falar antes e depois do treino, parecendo que não, é outra categoria. Faz toda a diferença.
Aqui, o nosso primeiro treino no Correr Lisboa:
E aqui, o símbolo do grupo, inspirado num santo padroeiro de Lisboa, São Vicente (é por isso que os atletas do Correr Lisboa são conhecidos como "vicentes"). O pássaro negro (corvo) aparece associado ao Santo porque, segundo reza a lenda, depois de ter sido lançado ao mar, o seu cadáver foi protegido dos abutres por um corvo, até que as marés devolvessem o corpo à viúva.
Está a chover (ainda se fosse só uns meros chuviscos!), está frio, o gato está a dormir em cima de mim, o pão está quase a sair do forno, enquanto sai e não sai aquece-se o corpo com um chá fumegante. Serão desculpas desfarrapadas para não sair para correr? A mim parecem-me legítimas, mas provavelmente não são. Ainda por cima sou apologista da máxima "independentemente disto ou daquilo..." ou "faça chuva ou faça sol". Should I stay or should I go? O problema é mesmo sair de casa, se começasse a chover a meio da corrida tudo bem, até gosto quando acontece, mas sair de casa para me molhar nos três primeiros segundos? Hummm
Para as quatro situações - e outras tantas - o melhor remédio é mesmo esse.
(obrigada, Ana, pela lembrança)
É quase impossível reconhecer-me no meio desta multidão, mas consegui, ao fim de algum tempo, "apanhar-me". Claro, de boca aberta e, aparentemente, com cara de quem vai desmaiar. Que desilusão.
A organização da SS foi muito simpática ao enviar um vídeo da chegada. Tinha grandes expectativas sobre isso. Imaginava-me a chegar quase sozinha, em passadas olímpicas e a sorrir para as câmaras, mas não, isso é só para os da elite. Claro. Que parvalhona. Cheguei de boca aberta, no meio de uma multidão de atletas muito mais altos que eu ... encontrar-me é quase quase como procurar um agulha num palheiro dos grandes.
A minha primeira vez na São Silvestre não foi lá grande coisa, no que toca ao resultado. Deparei-me com vários desafios. Primeiro desafio: safar-me da mutidão e conseguir um lugar confortável para impor o meu ritmo, sem tropeçar, sem cair e sem fazer cair os outros. Este desafio, apesar de ser mais problemático nos primeiros dois km, acompanha-nos em toda a corrida (10 mil pessoas feitas parvas a correr na rua, imagine-se). Segundo desafio: surgiu ao km 7 - uma dor aguda no adómen (uma espécie de dor de burro ou de burra, neste caso). Resolvido esse problema, eis que surge o terceiro desaio: subir a Avenida da Liberdade. Nunca tinha visto a Av. tão inclinada.
No final, soube bem cortar a meta - como, de resto, acontece sempre, apesar de tudo. Podia ter feito muito melhor, mas os treinos foram fracos. Ainda assim, fiz menos uns segundos relativamente à corrida do Montepio. Regressei a casa satisfeita.
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