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Não sei se foi assim que aconteceu, mas tudo leva a crer que sim (porque não?), o que nos obriga a admitir que, de facto, existem contos de fadas. Pelo menos, sabemos (?) que existiram, um dia, num passado remoto. Reza a lenda que, há muitos séculos atrás, quando os mouros ocupavam o Algarve (Al-Gharb, na altura, Allgarve, agora), havia um rei que reinava com toda a sua fama de valentia e bravura a zona mais importante da região - a região de Al-Faghar, cuja capital era a cidade de Silves. Este rei, de seu nome Ibne-Almunidim, era excepcionalmente protegido por Alá, pois nunca conhecera a derrota nas batalhas que travara. Era considerado o rei mais destemido e temido de todos os reis mouros.
Numa das suas batalhas, o rei deparou-se com uma prisioneira com uma beleza rara, algo incomum para os mouros que se caracterizavam por um tom de pele cobreado, olhos castanhos e estatura mais baixa. A prisioneira despertara-lhe a atenção pela sua estatura alta, cabelos loiros e olhos azuis, côr do céu. Chamava-se Gilda. O rei, encantado com tamanha beleza, libertara-a da escravatura e tornara-a a sua "Princesa do Norte".
Acontece que, a princesa, habituada à neve na sua terra distante, começara a ficar doente de saudades de ver os campos brancos, cobertos de neve. O rei, apaixonado e desesperado sem saber o que fazer para curar a sua "Princesa do Norte", ordenou que se plantasse amendoeiras por todo o seu reino.
No início da primavera seguinte, levou Gilda à janela do terraço do castelo. Ao ver as flores brancas das amendoeiras, a princesa começou a sentir-se melhor, pois davam-lhe a ilusão da neve. O momento culminou com um beijo apaixonado entre os dois. (Estão a ver a cena?) A "Princesa do Norte" ficara curada da doença nostálgica que a ia consumindo.
E adivinhem lá? Foram felizes para todo o sempre!
Conclusão: se não fosse este magnífico rei mouro e esta caprichosa rapariga do Norte (o Norte da Europa sempre a exigir coisas ao Sul?irra), eu não teria a possibilidade de comer amêndoas tão boas, teria de as mandar vir da América.
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