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Devo ser parva. Só pode

por Melissa Lopes, em 14.03.17

Sabemos que a correria do trabalho pode cortar as pernas a quem quer e gosta de fazer desporto. Sabemos igualmente que, com organização, se consegue sempre arranjar um tempinho para treinar/correr. Que muitas vezes não é possível é outra grande verdade. E neste duelo entre o não ter tempo e o estar cansada... passou-se mais de uma mão cheia de meses praticamente sem correr. 2017, contudo, tentei alterar o rumo da história, ainda que com uma frequência vergonhosa.

E claro, como vocês muito bem sabem, estar parado durante algum tempo faz com os nossos pulmões e pernas se tornem uns malandrões de primeira. Mas vá, não desanimemos. Meados de fevereiro, eis que chegam as férias. Boa. Excelente. A meia-maratona de Lisboa deixava de ser um objetivo e estava, quanto a mim, cada vez mais distante. Não conseguia sequer fazer 10km. E com as férias fora, sobravam poucos dias para conseguir treinar para o grande dia.

Regressada de férias, cheia de pica, vejo os ténis que sempre quis ter com 50% de desconto. Compro. Entusiasmada com a compra, dou o grande passo: inscrevo-me na meia-maratona. Boa, excelente (que parva, leia-se). Três semanas para a prova, sendo que a última não conta. Portanto, duas semanas. Não façam isto aí em casa, a sério. Conclusão: fiz três treinos, um de 10km, outro de 12km, e outro de 15km. É a terceira vez que participo na meia-maratona de Lisboa e é a primeira vez que a vou fazer à maluca. A parte boa é que as expectativas estão ao nível dos pés. E por isso o objectivo é só o de chegar ao fim.

Whish me luck, runners desta vida. 

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publicado às 14:09

Uma meia maratona e um coração cheio

por Melissa Lopes, em 21.03.16

A meia maratona - ou qualquer outra prova - funciona como um teste. Um teste às nossas capacidades. E tal como na escola ou na universidade, as noites que antecedem o grande dia são sempre sinónimo de ansiedade e de insónias. É claro que nem toda a gente passa por este estado parvo que eu passo. Há concerteza quem descanse como deve ser na noite anterior. 

Ora, eu não. Deitei-me tarde, porque não deu para me deitar cedo. Também já sabia que quanto mais cedo me deitasse, mais eram as voltas na cama. Quando me deitei, as chances de dormir 8horas já eram uma miragem. Voltinha aqui, voltinha ali, deviam ser umas 5 horas quando o meu corpo se deixou levar pelo sono. E às 7h e pouco já estava toda contente a preparar o pequeno-almoço. Feliz e contente da vida, devo dizer.

De casa para o local da partida - no Pragal - foi-se-me a felecidade toda. Ficámos presos na multidão durante bastante tempo antes de conseguirmos entrar na ponte. E já não faltava assim tanto tempo para o início da corrida. Mas lá acabámos por sair dali rumo ao destino. Enfim, para chegar ali é logo uma maratona de nervos matinais, já para não falar do comboio lotado de gente sempre com o pinto aos saltos -.-! 

Já na ponte, prontinhos para começar a prova, estávamos calmos e confiantes que conseguiríamos fazer aquilo na boa, se não entrássemos em aventuras e excitações precoces [aquela descida depois da ponte é uma tentação para desatar a correr como se se tratasse de uma prova de 1500 metros]. Fomos os três, eu, o estreante Bernardo e a Catarina. Sempre juntos, até para aí ao 12º ou 13º km, momento em que deixámos de ver o Bernardo, depois da passagem por um abastecimento (são sempre mmentos de grande atrapalhação). 

Desta vez não falhei nenhum posto de abastecimento. Bebi sempre e derramei sempre água pela cabeça abaixo. Cada vez que o fazia, ganhava forças. Não cheguei a beber powerade, mas não disse que não à laranjinha. Mais uma vez, estava demasiado calor para mim. Por falar nisso, expliquem-me por que razão é que esta prova começa às 10h30? Em geral, as pessoas levam duas horas a concluir uma meia maratona, são duas horas a correr debaixo de um sol primaveril que, se o nosso corpo não aquecesse, seria óptimo. Só que não, o corpo sobreaquece, sabiam? Não devo estar a dar uma novidade a ninguém. Para o ano, 9h30? Boa?

Deve haver quem goste de calor, mas a maioria não tolera. Por isso, de cada vez que as nuvens tapavam o sol, sobretudo na recta final, o meu corpo agradecia a todos os santos por me estarem a conceder aquela dádiva. Ao 15º km já sabia que ia conseguir correr até ao fim e sem grandes problemas. Assim foi. 

Eu e a Catarina pisámos a meta exactamente ao mesmo tempo, eu do lado esquerdo, ela do lado direito. Fizémos 1 hora e 55 minutos. O Bernardo já lá estava à nossa espera. Fez 1 hora e 52 minutos. Sim, o Bernardo não treina como eu, é um corredor de fim-de-semana (às vezes nem isso), teve uma semana agitada, com dois jogos de futsal (e ainda nem tinha recuperado dos jogos da semana anterior e de uma lesão no pé). Enganou-me bem o rapaz. 

Resumindo e concluindo: ficámos felizes da vida. Foi tudo muito tranquilo, como deve ser. Não nos armámos em carapaus de corrida, apesar de o sermos [Ahaha] No final ainda encontrámos a Bete, outra estreante que também se superou e bem. Depois de tudo, bom bom foi o almoço (meu Deus, eu corro mesmo para comer!! Não é força de expressão)

 

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publicado às 15:56

#meiamaratona. Já não faltam 20 dias

por Melissa Lopes, em 02.03.16

Estamos a 19 dias da 26ª edição da Meia Maratona de Lisboa. Tendo em conta que não vou treinar 18 dias - é impossível e imprudente, toda gente sabe disso -, resta-me, pois, esta e a próxima semana para correr/treinar. 

 

Para mim esta vai ser apenas a segunda meia-maratona. Sou uma meia maratonista bébe que, há pouco mais de um ano, dizia que nunca mais se iria meter numa coisa destas [que ingénua]. Foram palavras ditas a quente, depois de ter cometido uma infinidade de erros naquela primeira vez. Na verdade, não foram assim tantos erros, mas foram sobretudo estes três que comprometeram tudo: 1- Casaco com capuz, nada leve, atado à cintura!; 2- Ritmo alucinante (para mim) nos primeiros 10km - muitos quilómetros bem abaixo dos 5'/km;3- Recusa total e absoluta de todo o tipo de mantimentos que a organização me foi oferecendo pelo caminho ("powerade? não preciso disso!", "gel? não me vou meter nisso, ainda fico mal disposta". Errado. 

 

Desta feita, este ano não levo casacos, nem que congele no loonngoooo tempo que antecede o tiro de partida. Este ano não vou fazer a prova a pensar que poderei ser a atleta revelação (entre os amadores, clao). Podia correr os primeiros metros na frente da corrida, só para os comentadores da RTP ficarem a apanhar do ar mas é melhor não. Por último, mas não menos importante, vou comer tudo aquilo a que tiver direito.  

 

Ah, o mais importante? Este ano levo o namorado! (A ver se não vai ter de ser ele a levar-me). Acontece que, se eu tenho alguns quilómetros nas pernas, com o homem não é bem assim. Aliás, não é de todo assim. Não treina, pura e simplesmente. O máximo que já correu na vida foram 10km. Receio que saia desiludido da prova e que nunca mais aceite meter-se nestas coisas comigo... 

Vamos ver como corre(mos).

 

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publicado às 17:23

A minha primeira meia maratona

por Melissa Lopes, em 24.03.15

Não vos posso mentir, foi horrível. Foi mesmo doloroso completar a Meia Maratona de Lisboa.

Primeiro, levei um casaco grosso à cintura (que depois de molhado ficou pesado), que me atrapalhou desde o 1º km até ao último. Burrice minha. Pensei que ia apanhar frio enquanto esperava pela hora da partida. Enganei-me redondamente. Ainda pensei em desfazer-me do casaco - como muitos atletas fizeram - mas o dito cujo não tinha sido propriamente barato, além disso, tinha-me sido oferecido pelo namorado. Resisti ao incómodo e lá fui.

Segundo, enquanto esperava pela hora da partida tropeçei num separador de cimento na ponte, vi logo que tinha magoado o pé, mas ignorei esse facto por muito tempo, voltaria a lembrar-me do pé mais adiante, lá pelo km 17. Nessa altura, verdade seja dita, o pé era o menor dos meus males, mas foi a gota de água: estava tão cansada, com tanto calor, com tanta falta de ar, que abrandei ao ponto de fazer os últimos 3 ou 4 kms a um ritmo de 6' e tal (nem eu sei correr a esse ritmo, parece que ainda foi pior). No último km andei durante um bocado, mesmo sabendo que a meta estava ali ao virar da esquina. Por muito que eu quisesse correr, não conseguia. Nem tenho memória exacta do que se passou nesse último km, mas lá terminei a correr. O calor foi mesmo o pior: não tolero o sol quando estou a correr. Por mim, esta prova podia/devia começar às 8h30, no máximo. 

Ah, o facto de ter perdido os meus amigos (a Catarina e o Carlos), no décimo km, desorientou-me por completo. Por muita gente que ali houvesse à minha volta, queria ter continuado com eles - tenho a certeza que mentalmente tinha estado muito melhor. Quando os perdi de vista, devia ter posto música, teria ajudado muito, mas não me lembrei disso. Outra burrice.

Quanto ao meu tempo, terminei em 1h57 Pode parecer-vos estúpido - e talvez seja - mas não tenho orgulho nenhum neste resultado. Não cumpri os meus objectivos, ou melhor, não fiz aquilo que eu sei que sou capaz de fazer. E isso chateia-me muito. Bem sei que foi a primeira vez e que o que importa é terminar e bla bla, mas o que eu queria mesmo era ter feito uma prova que combinasse com as minhas capacidades.Nada mais do que isso. Ou, quanto muito, "ser melhor do que eu". Nunca pior. Lembremo-nos que vamos a competir connosco apenas. De acordo com os treinos longos, era suposto ter feito 1h52, 1h53, sem grandes sobressaltos. A parte "animadora" é que fiz os meus 10km mais rápidos (51 minutos), sem ter feito por isso. 

Odiei a Meia Maratona, odeiei mesmo. Sofri e cheguei a pensar variadíssimas vezes "nunca mais me sujeito a isto". Pois bem, quando cheguei a casa já estava a pesquisar quando seria a próxima meia para me poder redimir, roubando uns minutos a este tempo ! Não será isto masoquismo? (Se algum dia começarem a desconfiar que quero fazer uma Maratona, por favor, reúnam-se todos e façam-me uma intervenção. Se não resultar e se eu continuar a dar sinais, ainda que ténues, de que quero meter-me numa dessas provas, internem-me!!)

Apesar de tudo, não me vou esquecer desta 25º edição da MM de Lisboa. Esta é uma prova que terá sempre a mesma idade que eu. 

 

P.s. Obrigada aos amiguinhos do Correr Lisboa e aos anómimos que me "levaram" até à meta.

 

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Antes da prova, com a minha partner de sempre, que fez uma prova excelente, e com a simpática Rita Rodrigues, jornalista da TVI, que registou a sua prova em vídeo para inspirar os que ainda não se meteram nestas coisas.  Realmente, isto das corridas vale também muito pelo sentimento de pertença e de união que sentimos uns pelos os outros, pelas amizades que se vão construíndo e pela partilha de experiências que vamos tendo.   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 09:15


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